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Black Friday: um jogo que se ganha no treino

Gleidys Salvanha/Outubro de 2022CompartilharCompartilhar

Os últimos anos foram desafiadores, com uma série de acontecimentos que não poderíamos prever. Primeiro, veio a pandemia. Depois, a crise na cadeia de suprimentos. Por fim, a guerra na Ucrânia e o aumento da inflação no mundo todo. É neste contexto de volatilidade que acontece a Black Friday de 2022, que, neste ano, conta com um ingrediente a mais: pela primeira vez, a maior temporada de compras vai ser realizada junto com um dos maiores eventos esportivos do planeta, o mundial de futebol.

5 milhões de pessoas começaram a comprar online entre 2021 e 2022 no Brasil. 70% dos brasileiros declaram estar usando o Google mais agora do que antes da pandemia. 42% é a projeção de crescimento do comércio eletrônico de 2021 a 2025.

Essa conjuntura inédita traz algumas possibilidades, que podem ser potencializadas com o digital. A começar pelos novos consumidores que surgiram com a internet: 5 milhões de pessoas começaram a comprar online entre 2021 e 2022 no Brasil, e a previsão é de que o comércio eletrônico cresça 42% até 2025.1 E em tempos de bolso apertado, uma data promocional tem um papel ainda mais importante para viabilizar o consumo. Não por acaso, 7 em cada 10 brasileiros pretendem comprar nesta Black Friday.2

Para navegar em meio a tudo isso e criar as melhores estratégias para a sua marca, é preciso levar em conta três pontos: o que os consumidores querem, como eles estão comprando e o papel que o maior campeonato de futebol do mundo vai desempenhar nesta temporada.

1. O que os consumidores estão buscando

Assim que a pandemia começou, as buscas por produtos baratos dispararam. De uma hora para outra, as pessoas precisavam equipar suas casas, que tinham se transformado em escritórios, escolas e academias. Como não se sabia quanto tempo essa situação continuaria, as compras deveriam resolver uma demanda emergencial e, por isso, quanto menos se gastasse, melhor.

Buscas por “barato” ou “melhor” no início da pandemia e hoje. Entre setembro de 2019 e agosto de 2022. Destaques para um aumento de +50% na busca por “melhor” no final de 2019, e uma queda de -20% na procura por “barato” no meio deste ano.

Mas, com o passar do tempo, essa tendência se inverteu. Depois de dois anos, o consumidor se digitalizou e se tornou mais exigente. Ele não quer mais apenas “o que dá para comprar”, e está em busca do que atende todas as suas necessidades. Ele está mais consciente sobre suas escolhas e tem clareza sobre o que realmente deseja. Tanto que 85% dos brasileiros estão comprando de forma mais intencional.3

E durante a Black Friday isso não é diferente. É claro que a maior parte das buscas — 95% delas — são por termos relacionados a promoções, ofertas, descontos e cashback.4 Mas podemos observar também uma procura pelo “melhor” produto ou serviço. Em 2021, por exemplo, as pesquisas por essa expressão foram 20% maiores que em 2020.5

E isso tem uma explicação: com o orçamento comprometido por diversos fatores, como inflação e dívidas, a Black Friday é a oportunidade de comprar algo que se deseja há muito tempo, mas sem perder a qualidade de vista. Afinal, quando há menos dinheiro, a escolha precisa ser ainda mais certeira.

2. Como saber o que é melhor?

Mais do que nunca, as pessoas precisam ter segurança de que estão fazendo um bom negócio. E a busca por essa certeza, pela melhor oferta para elas, se dá em diversos canais. A fonte número 1 de informação são os buscadores: 42% dos consumidores utilizarão ferramentas de busca para pesquisar informações sobre preços, descontos e produtos na Black Friday neste ano.6

Mas o YouTube também terá um papel fundamental. Para 85% dos usuários, a plataforma ajuda a tomar a decisão de comprar ou não comprar mais rapidamente.7 E no YouTube, a compra e o entretenimento estão cada vez mais misturados. Por isso, lembre-se sempre de criar campanhas cada vez mais intuitivas, visuais e engajadoras.

42% dos consumidores utilizarão ferramentas de busca para pesquisar informações sobre preços, descontos e produtos na BF neste ano. 85% dos usuários sentem que a plataforma ajuda a tomar a decisão de comprar ou não comprar mais rapidamente.

E vale lembrar que, mesmo quando a compra é offline, o digital tem papel decisivo na tomada de decisão dos consumidores, tanto que as pesquisas por “aberto agora perto de mim” cresceram mais de 400% no mundo todo.8

O que é importante entender sobre essa jornada é que caminhar lado a lado com o consumidor fará toda a diferença lá na frente, na hora da conversão. A decisão sobre o que é melhor está sendo construída agora e você pode (e deve) fazer parte dela. Do estímulo ao desejo, até o processo minucioso da escolha. Quando pensamos sob essa lógica, a Black Friday se torna um jogo que se ganha no treino.

3. O elemento surpresa

A analogia esportiva não é à toa. Afinal, em 2022, temos mais um jogador em campo: o mundial de futebol. A estreia do Brasil na competição acontece justamente na quinta-feira que antecede a Black Friday.

O campeonato até pode ser uma distração no exato momento do jogo, mas, nas horas seguintes, essa distração tem tudo para ser rapidamente compensada. Uma dica importante é ter em mente que as pessoas estarão ligadas nas partidas na TV, mas com o celular em mãos. Por isso, não podemos perder de vista a migração para o mobile que o mundial pode provocar.

89% vão comprar algo para si nesta Black Friday. 66% pretendem comprar algum produto ou serviço pensando no mundial.

E, claro, dois eventos tão importantes acontecendo simultaneamente podem potencializar o desejo por alguns produtos específicos. Em média, os brasileiros devem comprar 5 categorias de produto.9 Dessa forma, TV e vídeo, eletrodomésticos e eletroportáteis, muito procurados na Black Friday, devem figurar junto com artigos esportivos, alimentos e bebidas, e produtos e serviços, impulsionados pelo mundial.

Preparo e improviso

Uma coisa é certa: teremos uma Black Friday sem precedentes. Vivemos um novo contexto, com novas incertezas, mas também com muitas possibilidades. Para identificá-las e aproveitá-las ao máximo, é importante estabelecer um novo mindset, que combine preparo e improviso.

Isso significa que sua marca precisa estar pronta para despertar desejos e ajudar o consumidor a ter mais certeza de que está fazendo um bom negócio. Ter uma estratégia centrada em dados prioritários também é essencial para entender o que oferecer para essas pessoas, em que momento, e em todos os canais. E, por fim, aposte na automação para mudar a rota e capturar novas oportunidades em tempo real. Afinal, o melhor antídoto para a incerteza é estar pronto para ela.

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