Prasad Setty/Abril de 2022CompartilharCompartilhar
Este artigo faz parte da nossa série Future Ready, que explora tendências capazes de transformar o seu negócio. Aqui, Prasad Setty, VP of digital work experience at Google Workspace, compartilha três pilares de equidade necessários para o formato híbrido de trabalho que temos hoje.
Assim como a maior parte das empresas no mundo todo, o Google está tentando unir o trabalho presencial e remoto em um modelo híbrido eficiente. Também estamos tentando descobrir como fazer isso da melhor maneira. E, à medida que nossa visão sobre o que é o melhor ambiente de trabalho possível é construída, um assunto sempre aparece: a necessidade de uma colaboração mais equitativa.
Modelos híbridos demandam uma análise mais profunda sobre os desafios sociais, organizacionais e tecnológicos.
A colaboração equitativa acontece quando todos os funcionários têm a possibilidade de contribuir e se comunicar de forma igualitária, independentemente do lugar, função, experiência, língua e dispositivo usado.
Quando a equidade não existe, os efeitos são vários: hierarquia nas chamadas de vídeo, barreiras de linguagem nas ligações internacionais, colaboradores mais novos que não se sentem à vontade para falar em reuniões, dificuldade de comunicação entre funcionários trabalhando online e gestores que estão no presencial. E, em última instância, pode acontecer até mesmo das pessoas que estão na linha de frente não terem acesso às mesmas ferramentas que seus colegas de trabalho utilizam.
Quando essas disparidades se acumulam, elas podem prejudicar o bem-estar, a efetividade e o potencial de crescimento das pessoas. E quando acontecem em uma organização, a performance do time pode sofrer, a inovação diminui e os talentos vão embora. Em uma pesquisa recente, que fizemos com a Economist Impact, 62% dos entrevistados concordaram com a ideia de que “oportunidades limitadas de networking entre funcionários sênior e seus colegas geram um impacto negativo no crescimento de carreiras”. A questão da proximidade é só um dos vários desafios que precisamos enfrentar em ambientes de trabalho híbridos.
Nós acreditamos que o lugar no qual você trabalha não deveria influenciar seus resultados. Claro, é mais fácil ter todo mundo trabalhando presencialmente ou todo mundo remoto, afinal os modelos híbridos demandam uma análise mais profunda sobre os desafios sociais, organizacionais e tecnológicos. E essas ideias precisam ser discutidas pelo alto escalão a partir da colaboração de todos os setores da organização.
Mas como podemos entregar a promessa de um ambiente de trabalho no qual flexibilidade, bem-estar e impacto significativo coexistem? No Google, estamos criando pontes entre o presencial e o “trabalhar de algum lugar” quando pressionamos tecnologias, cultura e espaços físicos para serem mais inclusivos e promoverem ao máximo a participação das pessoas. Também estamos criando novas ferramentas no Google Workspace para levar a colaboração equitativa para nossos bilhões de usuários no mundo todo.
Para guiar este trabalho, identificamos três pilares para se ter mais equidade na colaboração: representação, participação e informação.
Representação equitativa
Alcançar a equidade de representação significa garantir que todos os funcionários possam ser vistos, ouvidos e representados equitativamente, sem ter em conta se trabalham presencial ou remotamente.
Quando a pandemia começou, lutamos para nos assegurar que as pessoas conseguissem se conectar com segurança umas às outras. A distribuição de times do Google foi testada sob pressão e eu fico orgulhoso de ver como nos saímos bem. Mas agora precisamos lidar com a desconexão que acontece quando unimos o trabalho presencial e o remoto.
Quando estávamos participando de reuniões remotamente, todo mundo compartilhava a mesma tela quadrada no vídeo. Não havia ninguém sentado em um escritório nos fundos, não havia hierarquia, todos eram representados igualmente. No ambiente híbrido, isso fica distorcido. As pessoas que participam remotamente aparecem gigantes no monitor da sala de reunião, enquanto quem está presencialmente fica pequenininho na tela de quem acompanha em casa. Fica até difícil decifrar quem está na sala. E isso definitivamente não é uma representação equivalente.
Alcançar a equidade significa que todos os funcionários podem ser vistos, ouvidos e representados, trabalhando de forma presencial ou remota.
Algumas dessas questões podem ser solucionadas com a tecnologia. Nós temos trabalhado em recursos do Google Meet, como ajustes de vídeo por inteligência artificial, que compensam ambientes com pouca luz. Outra ferramenta é o autozoom, que mantém todos participantes em foco — recursos como esses vão melhorar a equidade de representação em ambientes híbridos. Além disso, agora nós podemos limitar o uso de dados em telefones celulares quando a rede estiver mais lenta, para que ninguém precise desligar o vídeo durante uma chamada.
Todas essas inovações tecnológicas melhoram a equidade de representação para ambientes de trabalho híbridos, mas nós também precisamos adotar novas regras no trabalho. Por exemplo: algumas organizações determinaram que quando alguém entra em uma reunião remotamente, deve entrar por um dispositivo específico para que todos sejam representados igualmente.
Participação equitativa
A participação equitativa é a habilidade de organizar, apresentar e participar igualmente de uma reunião, não importa onde se esteja. No Google, já estamos acostumados a entrar virtualmente em chamadas de diversos escritórios. Com as novas ferramentas desenvolvidas nos últimos 18 meses, aumentou-se a possibilidade de todos participarem de forma equitativa. E recursos como levantar a mão, perguntas e respostas e salas simultâneas dão a possibilidade de falar de forma ordenada e estruturada em diferentes grupos.
Mas de que maneira nós vamos interagir quando muitos de nós estivermos de volta ao escritório? Como podemos garantir que os funcionários remotos possam interagir de maneira significativa com os outros?
O Companion mode é uma ferramenta que criamos para o Google Meet, que garante que tenham a mesma experiência em reuniões tanto quem participa presencialmente quanto quem está em modo remoto. Cada indivíduo pode organizar, apresentar e participar das reuniões da mesma forma, com os mesmos recursos, a partir de qualquer lugar.
A participação equitativa é a habilidade de organizar, apresentar e participar igualmente, independentemente de onde se esteja.
Equipes também podem promover a participação equitativa com a ajuda de moderadores nas reuniões que encorajem o uso da ferramenta de levantar a mão para que ninguém domine ou interrompa a conversa — um desafio que sempre surge quando há muitas pessoas no mesmo lugar. Por mais que possa parecer forçado e que impeça o vai-e-volta da conversa, isso ajuda a fazer com que a voz de todos seja ouvida. Nós também aprendemos que muitas pessoas se distraem com a própria imagem, por isso damos a possibilidade do usuário esconder o próprio vídeo do feed. E devo dizer que vi em primeira mão como esses recursos e essas práticas melhoram a equidade de participação.
Equidade de informação
Equidade de informação significa que, independentemente se a pessoa trabalha presencial ou remotamente, ela tem o mesmo acesso à informação. Garantir a circulação livre de informações é fundamental para a reflexão, criatividade e cooperação a longo prazo nas equipes. Quando os indivíduos exercitam a autonomia de decidir onde e como trabalham melhor, a preferência deles afeta o recrutamento e a retenção. E se vamos acomodar um espectro diverso de preferências, como equalizar o acesso à informação da melhor maneira?
Buscamos empoderar equipes para que atendam às preferências individuais dos seus integrantes de uma forma que ajude a organização como um todo.
Primeiro, precisamos priorizar que todos estejam informados. Podemos estimular essa mentalidade proativa com ajuda da tecnologia, garantindo que as reuniões tenham agendas, sejam gravadas ou transcritas e que as informações sejam compartilhadas e acessíveis. Nossos produtos, incluindo o Spaces e o Drive, podem ser usados como núcleos de informação no qual colegas podem acessar com segurança arquivos importantes, conversas e atualizações – e colaboradores podem deixar sugestões mencionando a @ de quem está no projeto para que ninguém fique de fora.
Devemos juntos nos comprometer a resolver o problema da equidade de informação ou assumir o risco de ficar no meio do caminho, onde ninguém está satisfeito. Isso porque, embora a maioria das pessoas goste de trabalhar de casa, elas não precisam sacrificar o desenvolvimento de suas carreiras por esse motivo. Se o centro gravitacional ficar muito mais próximo do trabalho presencial, o modelo híbrido irá colapsar. Não estamos aqui advogando pela mentalidade “escolha sua própria aventura”, nem por um modelo pré-definido. Nós estamos empoderando as equipes para que atendam às preferências individuais dos seus integrantes de uma forma que ajude a organização como um todo.
Durante esse período crucial, estamos particularmente entusiasmados com a forma como estamos vendo o trabalho mudar e avançar em todo o mundo. A promessa de que o trabalho híbrido pode ser “o melhor dos dois mundos” parece mais alcançável agora do que nunca. Mas se vamos ser bem-sucedidos, precisamos nos esforçar por uma colaboração equitativa. Nossa experiência mostra que quando você dá liberdade e oportunidade às pessoas, elas surpreendem você.
Como construir equidade de colaboração no ambiente de trabalho híbrido:
- Comece com a representação. Todos os funcionários conseguem ser vistos e ouvidos? Eles têm as ferramentas, tecnologias e equipamentos para serem representados adequadamente?
- Possibilite a participação. Todos são encorajados a participar e dar opiniões? Quais ferramentas e fóruns existem para permitir a participação? Como isso é reconhecido e quais reações provoca?
- Compartilhe informações. As pessoas têm acesso a todas as informações de que precisam para realizar o trabalho? As informações circulam livremente ou ficam acumuladas?
- Permita que as equipes e os departamentos definam os próprios planejamentos híbridos. O trabalho híbrido não vai funcionar se cada indivíduo “escolher a própria aventura”. Considere estabelecer dias presenciais para projetos de colaboração, criatividade e discussão de ideias, e reserve os dias remotos para tarefas que exigem mais foco.
- Premie resultados, não atividades. A preferência individual de um funcionário em como e onde trabalhar não deve importar, desde que ele esteja fazendo seu trabalho. Isso significa flexibilizar o local e o horário de trabalho para maximizar o impacto.
- Estimule a responsabilidade de uns com os outros. Todo gestor deve perguntar: 1) O que a equipe precisa saber sobre como você trabalha melhor? 2) O que você está fazendo pessoalmente para que toda a equipe seja bem-sucedida?
Descubra mais histórias e insights na página Future of Work do Google Workspace.